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A reforma universitária e a visão conservadora

A Reforma Universitária de 1968, estabelecida pela Lei 5.540 durante o governo Costa e Silva, consiste em uma série de mudanças feitas no ensino superior no Brasil, visando principalmente a formação de uma mão de obra mais qualificada para o país e o controle político das universidades públicas, considerando que grande parte dos opositores do regime compunha a direção e o corpo estudantil universitário. 

Anteriormente ao Golpe Militar de 1964, tanto a esquerda quanto a direita defendiam uma reforma a fim de modernizar o ensino público – o primeiro grupo visando maior acessibilidade para os mais pobres, melhores condições de trabalho e estudo para profissionais e estudantes, e o segundo – composto majoritariamente por defensores do golpe – querendo trazer a educação superior a um viés mais técnico, que atendesse às necessidades da economia.

Em decorrência da Reforma, houve ampliação no número de vagas, institucionalização da pesquisa, campi universitários, melhoria dos salários dos professores e ampliação do sistema de pós-graduação. No entanto, a dificuldade ao acesso das camadas marginalizadas da sociedade às instituições não foi solucionada, abrindo espaço para a expansão das faculdades privadas, que poderiam acolher os alunos mais pobres via financiamento governamental.

A mudança, por sua vez, foi baseada no modelo de reforma universitária estadunidense (referência liberal e anti-comunista) e recebeu verba estrangeira em decorrência do acordo MEC-Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). O acordo, negociado secretamente, rendeu inúmeras críticas por parte dos acadêmicos de esquerda. As universidades brasileiras, no entanto, se diferenciaram das norte-americanas uma vez que continuaram públicas e sustentadas com recursos do Estado. Atualmente, passos são dados para que o acesso a elas seja menos elitizado, como a Lei das Cotas.

https://www.scielo.br/j/es/a/RKsKcwfYc6QVFBHy4nvJzHt/?lang=pt

https://ufmg.br/comunicacao/noticias/autoritaria-e-modernizante-reforma-universitaria-completa-50-anos