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Demolição do Palácio Monroe 

O Palácio Monroe foi construído para a Exposição Universal de St. Louis, EUA, em 1904 sendo a grande atração do pavilhão brasileiro. Toda sua armação era móvel e podia ser montado e remontado, um grande feito na Engenharia Civil brasileira que estava sendo estimulada com as reformas urbanas do início do século XX com grandes nomes como Belfort Roxo e Paulo de Frontin (hoje homenageados no nome de dois municípios fluminenses). O Palácio foi elaborado por Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, político e engenheiro militar do exército, elaborou também a Biblioteca Nacional. O Monroe possuía como padrão arquitetônico o ecletismo, definido como a junção e mistura de diversos estilos diferentes e que foi o estilo construtivo da reforma de Pereira Passos, sendo o Palácio uma certa propaganda internacional para o “Novo Rio” de Passos, aliás, o próprio Marcelino será o prefeito do Rio, antigo Distrito Federal, após Pereira Passos e dará continuação no projeto estilístico.

Com o fim da expo 1904, foi desmontado e levado para o Rio de Janeiro sendo fixado na praça da Cinelândia que tinha o Theatro Municipal Biblioteca Nacional, Museu de Belas-Artes e outros grandes edifícios históricos. Seu primeiro uso se deu na 3° Conferência Pan-Americana, sendo aí batizado de Palácio Monroe, e posteriormente como câmera de deputados até a inauguração do Palácio Tiradentes em 1926. Depois serviu como o Senado Federal até 1960, com uma breve interrupção no Estado Novo, nesse período serviu de sede do Ministério da Justiça. Na mudança de Capital em 1960, serviu como escritório de representação do Senado no Rio, agora Estado da Guanabara, e sede do Estado Maior das Forças Armadas. Foi paulatinamente sendo esquecido pelo poder público após o Golpe de 64. 

Nesse contexto, o jornal O Globo começa uma campanha massiva para a destruição do Monroe com respaldo de diversos arquitetos modernistas como Lúcio Costa, responsável pelo projeto urbanístico de Brasília e da Barra da Tijuca. Assim se inicia uma grande disputa entre o jornal e o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro que defendia o tombamento do prédio por toda sua trajetória histórica. Foram usados dois argumentos para a demolição: o primeiro que deveria ser destruído para a passagem da linha do metrô e o segundo que faltavam praças no centro da cidade, mesmo após a construção do aterro do Flamengo que ficava ao lado do Monroe, e o próprio presidente Geisel dizia que o Monroe “Atrapalha a vista para o monumento da Segunda Guerra”.

Não deu outra. Mesmo após manifestos públicos e institucionais contra a demolição, ela foi iniciada em 1976. A empresa responsável ficou com o direito de vender todos os artefatos artísticos do Monroe para poder arcar com os custos da demolição, o que gerou uma enorme perda de patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade e do País. A demolição foi de extrema dificuldade pelas características artísticas intrínsecas na construção e a forte resistência do material para ser implodido, era feito de cal, areia e óleo de baleia, mistura essa excepcionalmente resistente. Após a demolição, foi construída uma mera praça que permanece até hoje, a praça Mahatma Gandhi, e detalhe: o metrô não passou aonde estaria o antigo Monroe. 

Palácio Monroe. Arquivo Público Rio de Janeiro. 2015. 1 Fotografia. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/05/04/que-fim-levou-o-palacio-monroe> Acesso em: 16 de Dezembro de 2022.