Pular para o conteúdo

Liberais e reforma universitária

Em seu eixo de formação, a ditadura militar contou com a união entre nacionalistas autoritários, conservadores e liberais, que se juntaram pelo forte sentimento anticomunista. Essa conciliação formou o golpe de 1964 e se perpetuou durante seus desdobramentos.

No período das reformas universitárias e da face modernizante da ditadura, se observam ações ambíguas, nas quais o período de maior desenvolvimento e modernização aconteceu em concomitância com o período mais repressivo do regime. A reforma universitária e o segundo ciclo de repressão do regime tiveram seu estabelecimento em 1968.

As reformas educacionais ocorridas nesse período, incentivadas pelo núcleo liberal do regime, ocorrem paralelamente à repressão por conta da tentativa conservantista de frear a modernização. Isso não significa que a faceta liberal do governo não utilizava da repressão, pelo contrário, o avanço do aparato repressivo serviu como um meio de consolidação para a modernização, retirando dos meios universitários os possíveis empecilhos que poderiam atrapalhar o andamento das reformas.

A postura adotada por liberais no período das reformas de usar o aparato repressivo como meio para a consolidar a modernização é ambígua a partir do momento que retira dos meios acadêmicos professores e alunos, a quem se aplicariam as reformas. Essa postura instaura a instabilidade, o medo e a insegurança nos meios universitários. Além disso, ela também incentiva o crescimento da pós-graduação e da pesquisa ao mesmo passo que aumenta a censura e o boicote a textos produzidos nas universidades, gerando, assim, uma modernização conservadora que avança tanto em desenvolvimento, quanto em repressão.

Referências Bibliográficas

MOTTA, Rodrigo Patto Sá – As Universidades e o Regime militar – Rio de Janeiro: Zahar, P.306 à P.309

OLIVEIRA, Fernando Bonadia de – Entre Liberais e Tecnicistas: A didática nas reformas de ensino. Disponível em: [Internet] <SciELO – Brasil – ENTRE LIBERAIS E TECNICISTAS: A DIDÁTICA NAS REFORMAS DO ENSINO ENTRE LIBERAIS E TECNICISTAS: A DIDÁTICA NAS REFORMAS DO ENSINO>.

Passeata de estudantes em São Paulo contra os acordos MEC-Usaid

Com a rua como cenário e os jovens como protagonistas, 1968 faz história. Disponível em: <https://jornal.usp.br/cultura/com-a-rua-como-cenario-e-os-jovens-como-protagonistas-1968-faz-historia/>. Acesso em: 16 dez. 2022.